sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Insegurança

Já faz um bom tempo que não escrevo aqui. E tanta coisa aconteceu. Tanta coisa mudou. Tenho pensado muito mas achava que meus pensamentos eram íntimos demais para serem expostos em um blog.

É engraçado como, apesar de tudo o que me aconteceu, eu ainda tenho a síndrome de super-humano. Talvez justamente pelo fato de ter passado por tanta barra pesada que eu comece a me sentir assim. Confesso que não é raro eu alimentar um sentimento megalomaníaco.

Engraçado que sempre tive dificuldades em me enturmar. Quando pequeno, eu era o "feio", o "desajeitado", o "sex symbol" (assim era chamado de tão ridículo que era o meu modo de me vestir) e hoje eu me vejo enfrentando rodas sociais e sendo querido!

Apresentei peças de teatro no colégio, na igreja. Paguei micos e mais micos. Cantei. Dancei. Coordenei eventos grandes. E era impressionante como nessas horas em que ficava completamente exposto socialmente, nenhum pingo de insegurança passava por mim. Eu simplesmente enfrentava meu público. Hoje enfrento palestras, workshops, inclusive enfrento uma sala de aula e até em outras línguas!!

E mesmo com tudo isso eu ainda tenho o estigma da "aceitação". Mesmo com toda essa bagagem (que eu acredito que não seja pouca, deixando minha modéstia de lado), eu ainda tenho uma tremenda insegurança ao entrar numa nova roda de amigos. Por mais que as pessoas me trate bem, por mais que tudo esteja tranquilo. Por mais que não haja com o que se preocupar. Eu ainda tenho o medo de não ser aceito.

Medo de ser chato, de ser esquisito, de ser inconveniente, de ser um peso na vida das pessoas. Tenho muito medo de tudo isso. E quanto mais "descolado" o público, maior o meu medo. Talvez seja o trauma de ser o "CDF" da turma. Não sei. E é engraçado como eu fico surpreso quando alguém mostra que gostou de mim.

Sei que muita gente me acha extremamente prepotente. E eu sou às vezes. Mas em grande maior parte das vezes essas pessoas não enxergam o quão medroso eu sou. O quanto eu tremo nas bases quando enfrento uma roda nova de pessoas.

E isso ficou extremamente evidente nessa minha última viagem. É engraçado como eu sou arisco. Pareço um bicho do mato. Sei lá... um post caótico reflete uma mente caótica. E no final, eu somente queria mostrar que por mais que eu pareça um cara durão, eu não sou mais do que uma criança chorona que morre de medo de ter que se esconder atrás das salas de aula do colégio de novo.