quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Rumo ao outro lado do mundo - #5

Talvez um dos últimos posts antes de eu realmente embarcar. Muito estranho. A dois dias da minha viagem mais sonhada e eu estou calmo. Na realidade, esta calma tem sido meu único motivo de tensão: eu realmente deveria estar tão calmo?

Realmente está quase tudo pronto. Além das malas, faltam apenas uns três itens a serem conferidos antes de eu me dar por satisfeito. Talvez hoje mesmo eu resolva tudo.

Pela previsão do tempo, a temperatura nas cidades que eu estarei variam de 11 a 19 graus Celsius, tranquilo.

Dois dias antes da minha viagem eu tive a brilhante idéia de fazer uma revisão de japonês e tentar ver se não posso aprender nada de útil com as minhas apostilas. Agora eu estou aqui, frenético, com a última apostila do meu curso tentando absorver todo o conhecimento possível com a uma taxa de processamento de 5THz.

Minha intenção era a de encontrar a forma extremamente polida da linguagem já que, provavelmente, vou lidar com muitos figurões e eu quero impressionar.

Sobre planos de rota, não tenho nenhum. Eu não sei porquê, mas eu não consigo fazer espécie alguma de previsão quanto à viagem em si. Em parte isso me deixa tenso. Por outro lado, é bom pois não crio tanta eXpectativa e consigo aproveitar tudo.

Sei lá... sei lá... tem horas que eu me assusto com o quão controlado/frio eu consigo ser em certos aspectos.

domingo, 27 de setembro de 2009

Rumo ao outro lado do mundo #4

Bizarro! Muito mais gente do que eu imaginava tem acompanhado a "A grande Saga de B1 rumo ao outro lado do mundo!"

Muita gente tem me perguntado a respeito de ansiedade, medo e outros tipos de sensações ligadas à eventos muito esperados. Engraçado que eu não tenho sentido nenhum deles. Não normalmente.

Óbvio. Quando eu converso pessoalmente a respeito com alguém, o meu nível de empolgação tende ao infinito como uma exponencial. Mas não é algo constante. Na realidade, quando algo tão bom assim está prestes a acontecer, eu demoro a acreditar na realidade. Provavelmente eu só começarei a entrar em euforia quando estiver dentro do primeiro avião. Não é questão de pessimismo. Simplesmente é bom demais pra ser verdade e a Lady Murphy pode aparecer a qualquer momento.

Continuando mais um pouco da história das Aventuras de B1. Logo quando eu voltei à terrinha da garoa, tive uma reunião com o meu grupo de trabalho como toda semana e apresentei um pequeno report do meu trabalho. Bom. Eu tinha recém voltado de férias então não tinha nada a reportar além de que estava decidido a ir à conferência. Não só eu os informei da minha decisão, como também o método: As Rifas.

As reações foram diversas. Alguns ficaram meio que assustados, outros riram. Natural. Conforme o tempo foi passando que eu fui me tocando do tamanho da furada que tinha entrado. A princípio eu não tinha a minima idéia. Mas fui tocando. Um dos integrantes do grupo, Mr. Scarab, ficou indignado com o fato de eu não conseguir dinheiro pela universidade e sai me arrastanto pelos corredores do instituto buscando uma solução. Falamos com uma das secretárias de uma das milhões de secretarias e coordenadorias que um instituto sempre tem e ela nos deu duas soluções: falar com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da universidade e falar diretamente com a coordenadora de pós do meu curso.

Mr. Scarab e Dexter-kun foram duas pessoas, completamente distintas em seus universos, que deram, literamente, um boost na minha determinação. Falando para eu não desistir e me xingando em momentos em que hesitava. Bom, Mr. Scarab partiu em viagem para seu novo trabalho e me deixou com palavras de apoio e determinação extremas ao ponto de me deixar até meio conturbado.

No mesmo dia eu escrevi o chamado "Email Pidão". Ele foi um modelo que eu usei para contactar as pessoas pedindo ajuda seja na forma de rifa para amigos e conhecidos, seja na forma de auxílio no caso de departamentos universitários.

Enviei um email quase chorando ao Pró-Reitor e à Coordenadora do meu curso. Eu senti dó de mim mesmo lendo aquele email. =D~

Na realidade, a parte que dava "dó" dizia algo como: "Pelo o que procurei até agora, apenas alunos de doutorado e de graduação têm esse tipo de apoio enquanto os alunos de mestrado ficam desamparados."

Tá... eu sei... foi com piada interna contada fora de contexto. Não dá tanto dó assim quando lido isoladamente. Mas o email foi bem escrito.

Entrei em contato por telefone e pessoalmente com a coordenadora de pós. Ela disse-me que realmente a coordenadoria não tem verbas para alunos de mestrado e que, o máximo que ela poderia fazer, seria circular o meu email entre os professores do comitê de pós analisando a possibilidade de escrever uma carta à pró-reitoria mencionando a importância da minha viagem e dando um peso a mais ao email que eu escrevi.

Como eu devo ter mencionado no post anterior, Agosto foi um inferno nesse aspecto. Todos os dias eu tinha que fazer algo relacionado à viagem. Ligar para agências de viagem, pegar orçamentos, converter e desconverter moedas, procurar hospedagem em Tóquio, ver os meios de transportes mais rápidos e baratos, etc.

Na última semana de Agosto eu recebo um email da pró-reitoria:

"Senhor, favor enviar um orçamento dos gastos com a viagem."

Na realidade, era algo mais específico com a passagem. Sem comentar nada com ninguém, enviei o orçamento e desencanei: "Naaaaa, a hora que eles virem o quão caro é a passagem, eles vão desencanar".

Ah! Eu não mencionei aqui ainda (ou já). Mas a essa altura, o comitê do congresso havia entrado em contato comigo dizendo que a hospedagem e a taxa de inscrição do evento seriam pagas por eles. =D~ "Só" faltava a passagem.

Uma semana depois eu recebo outro email da pró-reitoria: "Caro Bruno, venha até a pró-reitoria buscar seu auxílio".

Ha... haha... hahaha... preciso dizer alguma coisa? Que eu fiquei simplesmente desnorteado no momento? Que eu larguei TUDO o que estava fazendo para ir na PR (pró-reitoria)?

Cheguei na PR, tremia freneticamente. Minha mão suava. Eu dizia para mim mesmo: "Bom, se for um auxílio parcial eu já posso ficar feliz. É menos grana que tenho que pegar emprestado no banco e é menos tempo que eu tenho que ficar me matando depois para pagar." Com um pouco de alívio.

A secretária chegou, fez-me assinar alguns papéis e me entregou o cheque. Auxílio integral. Sim cara... SIIIIIIIIIM!!! \o/

A universidade bancou toda a minha passagem até Tóquio cara!!! SIIIIIIIIIIM!!

Eu agradeci formalmente. Saí do prédio. Desnorteado. Liguei pra minha mãe. Ela não podia atender na hora. Tentei falar com o meu pai. Ele também não respondia. Liguei para o Dexter, mas eu não podia expressar demais a minha euforia pois tinha um cheque comigo com toda a grana necessária pra realizar meu sonho na minha mochila. Não podia dar bobeira e correr o risco de qualquer assalto.

Dentro do ônibus, consegui falar com minha mãe. Mesma coisa: "Oi! Mãe? Tudo bom? Olha só... lembra aquele negócio que eu tava tentando com a universidade? Pois é... consegui. Tudo. Aham... tudo." Em tom baixo e devagar.

Demorou alguns dias até acreditar no que estava acontecendo. Tudo o que eu pude fazer no dia foi agradecer o Dexter, já que ele foi um dos que acompanharam mais de perto toda a história. Até comprar as passagens, eu tava com um pé atrás. E, até então, os únicos que sabiam disso era minha família e o Dexter.

As rifas continuaram rolando. Primeiro pois já tinha vendido para muita gente. E o sorteio aconteceria independentemente do quanto de dinheiro que eu já tinha. Segundo pois o iene é caro e meus problemas não estavam completamente solucionados. Eu terei gastos com comida, hospedagem em Tóquio (ir para o Japão e não passar alguns dias por lá é sacanagem) e também com passagem de Tóquio para a cidade onde o evento ocorrerá. Como já disse muitas vezes, muita gente me ajudou e, graças à essa ajuda, eu vou poder realizar meu sonho sem ter que ficar esquentando muito a cabeça.

Por agora, teoricamente está tudo certo. Só falta imprimir o pôster e comprar os ienes. E, claro, fazer um planejamento da minha estadia em Tóquio. Mas eu realmente custo a acreditar. Eu realmente só vou acreditar na realização deste sonho quando pisar no aeroporto de Narita e ver todos os caracteres e ideogramas em japonês.

E daí... eu não quero nem imaginar a minha reação...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Rumo ao outro lado do mundo #3

Faltando praticamente apenas uma semana para minha viagem, eis que resolvi fazer um check up de tudo que tenho pronto. Sempre bom pois sempre descubro alguma merda. E, claro, não foi diferente desta vez.

Verifiquei passagens. Ok. Verifiquei visto. Ok. Verifiquei hostel...

...

...

Então... o nome do hostel no site "oficial" não bate com o nome do hostel no mesmo endereço ao olhar no Google Maps. Legal. Além disso, o feedback dos que já se hospedaram via Trip Advisor no Google Maps só falavam mal do lugar.

Por sorte eu estava no msn com um amigo meu que mora lá e ele, na mesma, hora ligou para os dois lugares que, supostamente, deveriam ser o mesmo. Teoricamente os dois lugares não tinham relação nenhuma mas havia algo "estranho".

Resultado, cancelei minha reserva, perdi uns cinquenta conto, e reservei outro hostel. Mais confiável aparentemente. Bom... tudo certo a princípio.

Hoje eu também terminei de vez o meu poster. Deu um certo trabalho pois tive que gerar as figuras novamente. Mas, por fim, MISSION COMPLETED.

Continuando a história da minha saga rumo ao Japão... após ter chocado minha família, eu tinha que chocar o resto do pessoal. ENFIM, resumindo toda a história porque essa parte é longa demais e eu já to sem saco de escrever (não sabia que seria tão longa), este foi um período extremamente chato e divertido ao mesmo tempo. Chato pois toda vez que eu chegava pra alguém dizendo: 'Preciso da tua ajuda', eu tinha que ver aquela cara de "Putz! O que que tu quer de mim?". Fora a cara de "Putz! Rifa?"

Como se eu adorasse vender rifa. Aliás... como se eu adorasse vender 1000 rifas!! ¬¬

Enfim (essa eu estou roubando da Fefezinha - saudade lindona!), a princípio, eu não tinha nenhuma outra fonte de ajuda então não podia passar pela minha cabeça qualquer hipótese de desistência. Principalmente depois de ter vendido as primeiras rifas e falado delas para um monte de gente.

Obvio, teve gente que fugiu de mim. Teve gente que simplesmente não pôde ajudar. Teve gente que me ajudou MUITO. Whatever, meu objetivo aqui não é comparar quem ajudou muito ou pouco.

No final da minha viagem pra casa, acabei deixando várias rifas com minha família e foi daí que veio a ajuda mais nosense. Todos eles me ajudaram vendendo MUITAS rifas. Do verbo: MUITAS. (sim... eu sei que "muitas" não é verbo. Um amigo meu falava assim e eu vou usar bastante. E se encher o saco: HAVAIANA DE PAU!)

Ok. Chegando em Sampa, eu tinha que continuar minha missão de mendigar dinheiro para a minha viagem. No caso, eu continuara a fazê-lo no contexto das rifas. Mas eu não podia deixar de mamar nos seios da mãe USP.

Continua depois...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Ser burro deve ser uma merda

Sim. Plagiando a série de emails que recebo dos meus amigos de Floripa, eu estou criando um tópico com o mesmo título. No caso, eu irei simplesmente repassar o que recebo. =D

E a de hoje é:

Ladrão rouba joias mas deixa conta do Facebook aberta no computador da vítima.

Desde sempre...

Hoje eu recebi um scrap no orkut:
"Bruno...fico feliz por suas conquistas! Boa sorte em seus trabalhos! Eu sabi que aquele maluquinho do Santo Antônia ia dar resultados...hahahahaha
Beijão guri!"

E fiquei pensando: Cara, essa minha amiga me conheceu na sexta série... e nos vimos poucas vezes depois de então... e eu já era conhecido como maluquinho... que merda não?

Rumo ao outro lado do mundo #2

Então... e não é que falta menos de 10 dias para a minha viagem? Realmente eu não consigo me ver num estado eufórico. Bizarro. Talvez acostumado a conter meus sentimentos, eu apenas dou-me o direito de tais sensações quando chegado o momento apropriado.

De qualquer forma, o momento agora é de frio na barriga. Uma leve tensão ou ansiosidade é o que eu tenho sentido nos últimos dias. Teoricamente os preparativos para a minha viagem estão todos prontos: visto, passagens e hospedagem.

Preciso agora ver como que estará o clima nas duas cidades e definir quais roupas levar. Lembrando que tenho um limite de apenas 20kg na ida. Preciso também comprar ienes. Droga...

Continuando a história anterior, eu havia parado no ponto em que tinha visto que a própria conferência oferecia uma ajuda de custo aos participantes. Logo pensei comigo: "Por que não?"

Escrevi meu abstract, mandei pro pessoal do grupo. Não, não foi com essa calma. Isso tudo ocorreu num desespero frenético. Ainda mais pelo fato de que eu tinha menos de 12 horas para escrever o abstract e enviar junto com toda a documentação que incluía uma carta de recomendação de um professor. Meu orientador foi me responder faltando uma hora para o deadline. Sim. A palavra chave era: desespero.

De qualquer forma, eu já estava conformado de que não atenderia à conferência então eu mesmo não entendia o meu desespero. Sem falar de que nunca fui muito confiante em relação ao meu trabalho, então não esperava conseguir a ajuda de custo. Mas mesmo esse estado conformista não me fez ficar parado.

Duas semanas depois, eu recebo um email: "Caro participante, é com muita alegria que vos informamos que seu pedido de ajuda de custos foi aceito. A conferência dará o auxílio para gastos com hospedagem e as taxas de inscrição."

Preciso dizer que eu comecei a rir sozinho na frente do computador? Na mesma hora eu mandei uma cópia para todos do grupo e tals e respondi ao email ao comitê organizador agradecendo e pedindo DESESPERADAMENTE por ajuda de custo com as passagens, que era o que havia faltado e também o mais caro.

Tomei outro não na lata. Óbvio, de maneira sutil, diplomática e com muita classe.

Nessa história toda, eu viajei para o RS a trabalho. Durante minha viagem, conversando com Dexter, meu irmãozinho de muleta, e ele me convenceu do fato de que eu TINHA que ir. Mesmo que isso custasse 10 anos de juros devido a um empréstimo no banco.

Minha reação: YOOOOOOOOOSH! KAMIKAZE MODE ON!

Óbvio. Todo mundo sabe que grana é uma das coisas que eu não posso esbanjar. Então não poderia sair dependendo de empréstimo em banco até porque dificilmente eu conseguiria uma quantia tão alta. E agora?

RIFA! Sim! Foi daí que surgiu a história da rifa. Na veradade ela tem um background um pouco mais profundo, mas que não vem ao caso.

Completamente decidido e certo de que havia tomado a decisão certa, conversei com algumas pessoas que estavam trabalhando comigo e todas elas deram um forte apoio: "Isso ae cara! Tu não vai ter uma oportunidade como essa tão cedo!" E cara... Japão cara...

Ok! Cheguei em Floripa, reunião em família e tals. Pai, mãe e meu irmão mais novo na sala e eis que eu solto: "Eu vou para o Japão." Rola aquele "Oooooooooh".

Após um pequeno intervalo proposital para aumentar o suspense eu soltei: "Mas eu vou ter que vender 1000 rifas pra isso." Eu nunca vou esquecer das caras que a minha mãe faz todas vez que eu tomo uma atitude kamikaze como essa. E olha que não foram poucas. Mas fazia tempo que não era testemunha de algo tão engraçado e, ao mesmo tempo, aterrorizante.

"Tá. Tu sabes que não vai ser fácil né?" Nossa, adoro o apoio moral lá de casa. Huahuahuaa Mas eu estava com o espírito elevado pela vontade de cruzar todo o planeta e visitar a terra que sempre sonhei em ver.

Bom. Todo mundo viu o quão decidido eu tava naquela hora. E realmente. Eu não podia hesitar. Aliás, essa foi a frase que mais passou pela minha cabeça nesses últimos meses: "Eu não posso hesitar."

Tá. Agora preciso sair. Depois eu continuo a história. Espero terminá-la antes de embarcar. XD

Beijos e abraços aos que acompanham a minha saga! XD~

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Rumo ao outro lado do mundo

Bom. Agora me sinto confiante o suficiente para postar a respeito. Um sonho a ser realizado. Na verdade, uma oportunidade de concretizar vários sonhos de uma vez só. Eis que finalmente tirei o meu visto para ir ao outro lado do mundo. Vou voar para um dos lugares mais distantes possível.



Não eu não sou descendente. Eu simplesmente sou apaixonado pela cultura japonesa. Talvez não a atual. Mas a tradicional. Adoro as cerimônias. As histórias. Folclore. Sou extremamente apaixonado pela parte que envolve o "Caminho do Guerreiro" (budou).

Engraçado como as coisas têm fluido para que essa viagem aconteça. Na realidade pretendo contar essa história toda aos poucos.

Mas começou numa das reuniões do grupo de software do projeto em que trabalho. Precisávamos encontrar uma conferência para que eu participasse e conseguisse publicar um artigo. Fomos no Google, digitamos: "astronomy software conference". Resultado: ADASS 2009 no Japão.

A reação de todos os presentes foi extremamente bizarra. Todo mundo olhou pra mim com um sorrisinho malicioso no rosto. Huahuahua Não podia ser mais perfeito. Mas eu tinha que levantar a grana pra ir. Foi onde começou a saga. Todos da mesa sugeriram que eu pedisse dinheiro para a coordenadora do projeto. A resposta foi simples e pôde ser resumida em apenas uma palavra: impossível. Huahuahuaha Que merda cara! Dae eu já me conformei. Desisti. Desapego total!

Bom whatever... fui perguntando o que eu deveria fazer e todo mundo falava: "Ah! Se inscreve, faz tudo como se tu realmente fosse participar só pra poderes ter teu trabalho publicado e, na última hora, tu diz que não vai poder ir."

Be-le-za. Foi o que eu fiz. Me inscrevi. Postei o resumo do meu trabalho. Dae eu vi bem no site... "Pedido de ajuda de custo." =D

=D~

Preguiça, o resto eu escrevo depois. :P

sábado, 12 de setembro de 2009

Um dia alguém me disse...

... que gostava de gatos pois eles não brigam com a realidade. E é real. Para os que ainda não sabem, eu tenho uma gata aqui em casa. E, por diversos motivos, eu costumo observar o comportamento dela.

E é engraçado como era realmente parece não brigar com a realidade. Obvio, ela mia quando está com fome. Ela mia quando quer carinho. Às vezes chega ao ponto de incomodar e me dar uma vontade de dar uma voadera nela. Mas, por exemplo, ela não fica desesperada quando é aprisionada no quarto. Ela mia uma, duas, três vezes. Isso se percebe que tem alguém perto, ou seja, quando é possível fazer-se algo. Quando a gente se afasta, ela simplesmente se aquieta e vai dormir na cama.

Ok. Provavelmente não fui claro naonde quero chegar. Muitas pessoas falam que a gente não pode se conformar com certos fatos, ir à luta até conseguir o que a gente quer. Mas, sendo bem realista, existem certas coisas que acontecem contra o nosso desejo. Ou coisas que desejamos e que não acontecem. Nessas horas, a "não aceitação da realidade" só traz tristeza.

Porque ficamos triste com o término de um namoro ou de um relacionamento. Pois não queríamos que ele acabasse. Aconteceu algo oposto ao desejado. Logo, temos sofrimento.

Quando algum parente próximo fica doente. Doença é uma das coisas mais naturais. Todos adoecem de alguma coisa e morrem. Poucos são os que morrem de velhice mesmo. Mesmo assim, não aceitamos o rumo natural das coisas e sofremos.

Obvio... eu sei que não é facil. E certas coisas ainda me machucam e muito. Mas a aceitação da realidade é uma prática. Não apenas para evitar sofrimento mas também pra crescer. Evoluir.

Esse conceito de "aceitar a realidade" me ajudou a não enlouquecer aqui em São Paulo. Para quem tem acompanhado de perto as coisas que acontecem comigo, sabem bem o que eu passei e sabem que não estou exagerando.

E essa semana aconteceram mais alguns eventos do tipo. E engraçado que a prática leva ao comportamento natural. Consegui aceitar tranquilamente coisas que meu ego não permitiria e isso gerou uma harmonia grandiosa em um certo ambiente. Fiquei feliz de ter percebido essa evolução.

Evoluir não é algo que acontece sem esforço. Exige prática e força de contade. Crescer, superar os problemas... ninguém disse que seria fácil.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Fighting Against Myself... #2

Patética a minha atitude no feriado. Huahuahua

Mas foi mesmo. Mais uma vez eu provei pra mim mesmo que to muito longe de ser a pessoa que eu quero ser. Engraçado que a minha atitude foi extremamente a de uma criança mimada. Como um filho único de uma família grande, tenho aberto diversos presentes apenas pela emoção de abrir. Ao descobrir o que tem em cada pacote, o presente automaticamente perde a graça e é deixado de lado.

Entretanto, meus pais me impediram de abrir certos presentes. E isso me deixou descontrolado. Obcecado. E é por esse comportamento tão 'low level' que eu tenho andado indignado comigo mesmo.

Todas as pessoas têm defeitos. Justo. O problema é quando elas simplesmente tomam esses defeitos para si com a desculpa de que "eu sou assim mesmo e quem é meu amigo de verdade vai gostar de mim de qualquer maneira". Pensamento medíocre. E não é pelo fato de eu o estar julgando medíocre que eu posso negar que ele passe pela minha cabeça.

Pelo o contrário. Existem vários defeitos que eu tenho bem claro como meus e muitos deles eu até "gosto". Bizarro!

Começa pelo ego. Esse lance do presente está muito relacionado com o maldito ego. Meu ego é alto e faminto. Preciso alimentá-lo constantemente e grande parte dos leitores sabem como isso é feito.

Tendo um ego muito alto eu acabo me tornando muito orgulhoso também. DEMAIS, na realidade. Minha mãe me ensinou a dar valor para mim mesmo. Quando mais novo, eu dava mais valor para outras pessoas do que para mim mesmo. Como resultado eu era constantemente usado e era feito de capacho para os outros. Acontece que meu orgulho ficou grande demais.

Além disso eu sou prepotente ao ponto de dizer que estou sozinho pois não encontro "alguém bom o suficiente para estar do meu lado" quando, na realidade, sou eu quem não está preparado para assumir qualquer coisa mais séria. E isso por vários e vários motivos.

Medroso e inseguro. Sim. Demais. Quem olha para mim não diz isso (pelo menos é feedback que tenho recebido). Até porque eu gosto de passar a imagem de alguém forte. Gosto de me sentir forte. Mas sou medroso a ponto de não deixar-me envolver por nenhuma espécie de relacionamento (namoro, amizade, etc) com medo de me machucar. E estou escrevendo isso após uma auto-crítica fortíssima. No meu estado cotidiano, eu não sei se assumiria algo do tipo ou se chegaria a esse tipo de conclusão. Por outro lado, posso estar exagerando e errando nos meus motivos.

E toda essa batalha interna aconteceu porque eu vi um brinquedo que não pude ter. Bizarro. Engraçado como em certos aspectos, eu consigo aceitar minhas derrotas. Mas em outros, eu realmente sou um péssimo perdedor.

Em momentos de auto-crítica e de crise, eu sempre arrumo alguma música para me bater na cara. No caso, essa música é chamada "O Vencedor" da banda Los Hermanos. Para quem nunca viu, eis o vídeo:



Mas sabe o que é pior? Não é a primeira vez que essa música se torna trilha sonora da minha batalha interna.