domingo, 27 de setembro de 2009

Rumo ao outro lado do mundo #4

Bizarro! Muito mais gente do que eu imaginava tem acompanhado a "A grande Saga de B1 rumo ao outro lado do mundo!"

Muita gente tem me perguntado a respeito de ansiedade, medo e outros tipos de sensações ligadas à eventos muito esperados. Engraçado que eu não tenho sentido nenhum deles. Não normalmente.

Óbvio. Quando eu converso pessoalmente a respeito com alguém, o meu nível de empolgação tende ao infinito como uma exponencial. Mas não é algo constante. Na realidade, quando algo tão bom assim está prestes a acontecer, eu demoro a acreditar na realidade. Provavelmente eu só começarei a entrar em euforia quando estiver dentro do primeiro avião. Não é questão de pessimismo. Simplesmente é bom demais pra ser verdade e a Lady Murphy pode aparecer a qualquer momento.

Continuando mais um pouco da história das Aventuras de B1. Logo quando eu voltei à terrinha da garoa, tive uma reunião com o meu grupo de trabalho como toda semana e apresentei um pequeno report do meu trabalho. Bom. Eu tinha recém voltado de férias então não tinha nada a reportar além de que estava decidido a ir à conferência. Não só eu os informei da minha decisão, como também o método: As Rifas.

As reações foram diversas. Alguns ficaram meio que assustados, outros riram. Natural. Conforme o tempo foi passando que eu fui me tocando do tamanho da furada que tinha entrado. A princípio eu não tinha a minima idéia. Mas fui tocando. Um dos integrantes do grupo, Mr. Scarab, ficou indignado com o fato de eu não conseguir dinheiro pela universidade e sai me arrastanto pelos corredores do instituto buscando uma solução. Falamos com uma das secretárias de uma das milhões de secretarias e coordenadorias que um instituto sempre tem e ela nos deu duas soluções: falar com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação da universidade e falar diretamente com a coordenadora de pós do meu curso.

Mr. Scarab e Dexter-kun foram duas pessoas, completamente distintas em seus universos, que deram, literamente, um boost na minha determinação. Falando para eu não desistir e me xingando em momentos em que hesitava. Bom, Mr. Scarab partiu em viagem para seu novo trabalho e me deixou com palavras de apoio e determinação extremas ao ponto de me deixar até meio conturbado.

No mesmo dia eu escrevi o chamado "Email Pidão". Ele foi um modelo que eu usei para contactar as pessoas pedindo ajuda seja na forma de rifa para amigos e conhecidos, seja na forma de auxílio no caso de departamentos universitários.

Enviei um email quase chorando ao Pró-Reitor e à Coordenadora do meu curso. Eu senti dó de mim mesmo lendo aquele email. =D~

Na realidade, a parte que dava "dó" dizia algo como: "Pelo o que procurei até agora, apenas alunos de doutorado e de graduação têm esse tipo de apoio enquanto os alunos de mestrado ficam desamparados."

Tá... eu sei... foi com piada interna contada fora de contexto. Não dá tanto dó assim quando lido isoladamente. Mas o email foi bem escrito.

Entrei em contato por telefone e pessoalmente com a coordenadora de pós. Ela disse-me que realmente a coordenadoria não tem verbas para alunos de mestrado e que, o máximo que ela poderia fazer, seria circular o meu email entre os professores do comitê de pós analisando a possibilidade de escrever uma carta à pró-reitoria mencionando a importância da minha viagem e dando um peso a mais ao email que eu escrevi.

Como eu devo ter mencionado no post anterior, Agosto foi um inferno nesse aspecto. Todos os dias eu tinha que fazer algo relacionado à viagem. Ligar para agências de viagem, pegar orçamentos, converter e desconverter moedas, procurar hospedagem em Tóquio, ver os meios de transportes mais rápidos e baratos, etc.

Na última semana de Agosto eu recebo um email da pró-reitoria:

"Senhor, favor enviar um orçamento dos gastos com a viagem."

Na realidade, era algo mais específico com a passagem. Sem comentar nada com ninguém, enviei o orçamento e desencanei: "Naaaaa, a hora que eles virem o quão caro é a passagem, eles vão desencanar".

Ah! Eu não mencionei aqui ainda (ou já). Mas a essa altura, o comitê do congresso havia entrado em contato comigo dizendo que a hospedagem e a taxa de inscrição do evento seriam pagas por eles. =D~ "Só" faltava a passagem.

Uma semana depois eu recebo outro email da pró-reitoria: "Caro Bruno, venha até a pró-reitoria buscar seu auxílio".

Ha... haha... hahaha... preciso dizer alguma coisa? Que eu fiquei simplesmente desnorteado no momento? Que eu larguei TUDO o que estava fazendo para ir na PR (pró-reitoria)?

Cheguei na PR, tremia freneticamente. Minha mão suava. Eu dizia para mim mesmo: "Bom, se for um auxílio parcial eu já posso ficar feliz. É menos grana que tenho que pegar emprestado no banco e é menos tempo que eu tenho que ficar me matando depois para pagar." Com um pouco de alívio.

A secretária chegou, fez-me assinar alguns papéis e me entregou o cheque. Auxílio integral. Sim cara... SIIIIIIIIIM!!! \o/

A universidade bancou toda a minha passagem até Tóquio cara!!! SIIIIIIIIIIM!!

Eu agradeci formalmente. Saí do prédio. Desnorteado. Liguei pra minha mãe. Ela não podia atender na hora. Tentei falar com o meu pai. Ele também não respondia. Liguei para o Dexter, mas eu não podia expressar demais a minha euforia pois tinha um cheque comigo com toda a grana necessária pra realizar meu sonho na minha mochila. Não podia dar bobeira e correr o risco de qualquer assalto.

Dentro do ônibus, consegui falar com minha mãe. Mesma coisa: "Oi! Mãe? Tudo bom? Olha só... lembra aquele negócio que eu tava tentando com a universidade? Pois é... consegui. Tudo. Aham... tudo." Em tom baixo e devagar.

Demorou alguns dias até acreditar no que estava acontecendo. Tudo o que eu pude fazer no dia foi agradecer o Dexter, já que ele foi um dos que acompanharam mais de perto toda a história. Até comprar as passagens, eu tava com um pé atrás. E, até então, os únicos que sabiam disso era minha família e o Dexter.

As rifas continuaram rolando. Primeiro pois já tinha vendido para muita gente. E o sorteio aconteceria independentemente do quanto de dinheiro que eu já tinha. Segundo pois o iene é caro e meus problemas não estavam completamente solucionados. Eu terei gastos com comida, hospedagem em Tóquio (ir para o Japão e não passar alguns dias por lá é sacanagem) e também com passagem de Tóquio para a cidade onde o evento ocorrerá. Como já disse muitas vezes, muita gente me ajudou e, graças à essa ajuda, eu vou poder realizar meu sonho sem ter que ficar esquentando muito a cabeça.

Por agora, teoricamente está tudo certo. Só falta imprimir o pôster e comprar os ienes. E, claro, fazer um planejamento da minha estadia em Tóquio. Mas eu realmente custo a acreditar. Eu realmente só vou acreditar na realização deste sonho quando pisar no aeroporto de Narita e ver todos os caracteres e ideogramas em japonês.

E daí... eu não quero nem imaginar a minha reação...

Um comentário:

  1. SUGOOOOOI DESU NE o_o'

    Bom, se eu, que tô acompanhando só de longe, mal consigo acreditar, imagina tu! Não fazes idéia do quanto eu tô feliz por ti, Bê! SEM NOÇÃO!
    E ai de ti se esquecer de me trazer uma lembrancinha do Japãããããooooo!! =~
    euaheuihaeuhuiaheuiae
    Quero te desejar tudo de MELHOR pra ti nessa viagem!
    Mas ainda nos falamos até tu ir ;D
    Beijão!

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