quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Saudade da minha loucura....


Ah! Saudade da minha loucura! Não sei o que tem acontecido comigo mas eu tenho me tornado cada vez mais covarde. E isso dói. No final das contas, eu acabo vivendo uma vida pacata. Sem graça. Sem sal.

Ando pelas ruas de um outro continente e me conformo em simplesmente olhar. Não tenho coragem de interagir. Tenho vergonha até de tirar uma simples foto no meio da rua. O medo de ser diferente dos outros é tão grande que me sinto inutilizado.

Me sindo observado quando, na verdade, sou invisível. Na realidade eu quem observo demais. Vejo demais e quero ser o que não sou. Quero ser aceito por um fantasma que criei na minha mente e que, na realidade, não existe.

Sinto falta de ser louco. Sinto falta do modo com que minha loucura inspirava outras pessoas. Sinto falta de como eu as fazia alegras. De como eu conseguia arrancar sorrisos às vezes de rostos enxarcados de lágrimas. De conseguir uma risada em meio a um choro de desespero.

Sinto falta de tocar as pessoas. Sinto falta de ser tocado. Lá no fundo. São raros os momentos em que sinto alguém chegar na minha alma. São raros os momentos em que meus sentimentos são intensos ao ponto de me provarem que estão vivo. E sentimentos além da dor, que parece ser a única capaz de nos dar essa certeza devido à facilidade com que consegue se fortalecer dentro de nós.

E por fim cá estou. Viajando. Longe de todos que eu gosto. Muito mais longe dos que já estavam longe. Quase que implorando por alguém com quem conversar. Por atenção. Rezo para que, quando eu voltar, esse desejo de tocar e ser tocado continue e que eu consiga firmar ainda mais os laços que eu construí. Rezo para que os sentimentos sejam ainda mais fortes. Que eu seja atencioso. Que eu esteja atento aos que estão ao meu redor. E que a dor não seja a única prova de que eu ainda estou vivo.